sexta-feira, maio 15, 2009

Uma história Só

Era uma vez uma história que se sentia só na vida. Não tinha nimguém com quem conversar, não conhecia nem príncipes nem princesas, nunca tinha ido passear pela floresta, não sabia nada de mágicas nem de maravilhas, e, por muito que custe a acreditar, nunca tinha viajado de foguetão ou de sonho.
Passava os dias sentada junto de uma velha lareira, há muito apagada, dentro de uma casa velha.
Alguém a devia ter trazido para ali, por engano, ali a tendo deixado por puro esquecimento.
Um dia, para grande espanto da nossa história abandonada, pareceu-lhe ouvir chorar do lado de fora da vidraça embaciada da cozinha.
A muito custo, levantou-se e espreitou: uma pequena gota de água pendurada de um beiral, soluçava em grande aflição:
- Ai que eu caio! Ai que eu caio! Quem me acode? Quem me acode?
- Quem és tu, gotinha? - perguntou a nossa história, muito intrigada.
- Perdi-me das minhas irmãs e não sei onde estou. Só sei que se caio daqui abaixo é o meu fim, porque a terra bebe-me num instante!
A história ficou cheia de pena: e no seu desejo de ser útil, pela primeira vez na vida, fez um esforço enorme e tranformou-se em pedra que partiu a vidraça.
Ao cair no chão, transformou-se numa rosa vermelha que subiu até à gotinha desesperada.
- Deixa-te cair! Deixa-te cair, que eu levo-te para muito longe! - gritou ela, em sua nova cor vibrante.
Lentamente, a gotinha deixou-se escorregar para dentro daquela rosa tão simpática. E ela levou-a pelos céus fora, ao encontro das suas irmãs, contente de já não estar sozinha e triste junto de uma lareira apagada.

Eu gostei desta história porque fala de amor…
e ter começado a chamar-se, nesse preciso momento, «a história das aventuras de uma gotinha de água, por este mundo de medos e de espaços!».

Obs: Trabalho pessoal.

1 comentário:

  1. Bonita história, Rui!
    So te esqueceste de dizer onde a leste e quem éo seu autor.
    Ainda assim, obrigado pela partilha.

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