domingo, dezembro 14, 2008

A Minha Carta ao Pai Natal

Querido Pai Natal,

Quando era criança tu ainda não existias. Só conhecia o Menino Jesus. Bom, até que existirias mas era só lá naqueles países do norte da Europa que eras um velhinho simpático bem conhecido de toda a gente.
E tão riquinho que ele era, o Menino Jesus! Passávamos dias e dias a aguardar a sua chegada, tal qual as crianças agora fazem contigo. Estávamos sempre ansiosos pela meia-noite do 24 de Dezembro e das prendas que, com estrondo, seriam deixadas na nossa casa.
Que festa! Que alegria!... quando o Menino Jesus deixava cair as prendas pela chaminé, certamente parecida com aquela que agora os meninos também te fazem, entre os quais uma boa parte dos meus alunos, ainda que eles já sejam um tanto ou quanto crescidinhos!
Pai Natal, ó Pai Natal, será que ainda te posso pedir um presente para este ano? É que já começo a ter umas brancas e, qualquer dia, quem sabe ainda te faço concorrência. Fico na dúvida se aceitarás mas, em todo o caso, não há nada como pedir!
Uhmmm... deixa lá ver! Acho que não vai ser só um.
Quero:
1. paz e sossego - a. para mim; b. para os que me rodeiam; c. no mundo (é mais difícil mas pedir não custa);
2. alegria e felicidade - será que existe, ou que apenas existem pessoas alegres e felizes? (se for assim, também quero ser ou viver mais alegre e mais feliz);
3. um pouco mais de dinheirito no bolso - já sei que 2009 vai ser um ano de crise mas vê lá se consegues dar um jeito e melhorar também o nível de vida aqui do Pedro e de mais uns tantos (a quase totalidade de nós bem precisa; afinal, a riqueza está tão mal distribuída que bastava conseguires desviar uns euritos dos bolsos de alguns para os bolsos da maioria que o mundo lgo ficaria bem melhor!);
4. uma Ministra da Educação e um Primeiro-Ministro mais emocionalmente inteligentes e menos teimosos (basta apenas que sejam honestos publicamente e reconheçam que só querem poupar uns euritos porque, de momento, não há margem para pagar melhor e que, para isso, não é preciso ofender nem insultar a inteligência de tantos colegas meus e de uma boa parte dos portugueses);
5. uma Europa que continue a ser o que sempre foi: um mar de nações e um caldo de culturas (somos portugueses, não somos estónios nem checos nem ingleses nem o raio que os parta!);
6. muita saúde para mim e para os que me estão próximos, o que inclui todos aqueles a quem eu amo, e ainda os meus alunos e seus familiares (sem isso o dia-a-dia será bem mais difícil);
e...
e...
e...
Bem que gostaria de pedir ainda mais uns presentes, uns docinhos, entre outras coisas, e esta carta seria bem longa, mas não te peço mais nada! Os docinhos já estão sempre a acontecer-me;)
Olha, Pai Natal! Faz só o melhor que puderes que já fico satisfeito.
O tempo seguirá sempre o seu caminho e o mundo não deixará de mudar. Por isso...
Um grande abraço deste que muito te aprecia

Pedro Costa
(Professor da Turma 2 da EB1 de Abade de Vermoim)

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